Discurso por ocasião do Dia da Independência dos Estados Unidos
Em dezembro de 1818, Samuel Hodges natural de Massachusetts, chegou a Cabo Verde como o primeiro Cônsul Norte Americano. Na verdade, ele foi o primeiro diplomata Norte Americano na África Subsaariana. Instalou o seu escritório no Plateau, não muito longe de onde está agora a nossa embaixada. Durante o século XIX, ele e outros cônsules americanos lutaram contra o tráfico de escravos e em tempos de fome organizaram envios de alimentos doados por igrejas americanas.
As ligações entre os nossos dois países são profundas. Cinco cabo-verdianos lutaram ao nosso lado na Guerra da Independência Revolucionária. Aliados franceses afundaram navios de guerra britânicos na Batalha do Porto Praya. E a diáspora na Nova Inglaterra, uma das comunidades de imigrantes mais antigas, continuou a crescer, agora totalizando 500.000 cidadãos trabalhadores.
Em 1975, aquando da independência, os Estados Unidos foram um dos primeiros países a reconhecer Cabo Verde e a abrir uma embaixada no país. Durante anos, a nossa presença nas ilhas foi acompanhada por uma significativa cooperação, para ajudar Cabo Verde a se tornar mais próspero. Quando Cabo Verde se graduou como país de rendimento médio, o nosso relacionamento aprofundou-se mais, e concretizamos com o governo a implementação dos projetos do MCC.
O futuro do nosso relacionamento é brilhante. Somos parceiros económicos e parceiros na área de segurança. Somos também amigos e parentes.
Este ano foi o meu favorito em muitos aspetos, e o meu preterido em outros. O meu favorito, devido à grande honra que me foi concedida em receber a Chave da Cidade da Praia e ao início de alguns novos programas fantásticos, como o intercâmbio entre o Departamento de Polícia de Boston e a Polícia Judiciária. Foi menos favorito, devido ao mau ano agrícola, e ao sofrimento que trouxe para às comunidades rurais. Eu ficaria feliz se chovesse na nossa festa hoje à noite.
Não é nenhum segredo que este é o meu último 4 de julho em Cabo Verde onde consagrei-me como o embaixador Norte Americano com mais tempo de serviço de sempre. Ao passar pelas ilhas e pelas cidades, vilas e bairros de Santiago, duas coisas me impressionaram. A primeira é o quanto as crianças são felizes, e isso é uma grande demonstração da força da sociedade cabo-verdiana. E o outro é o respeito que é dedicado aos idosos – algo que à medida que o tempo passa é-me cada vez mais importante. Sentirei falta de Cabo Verde e da honra de representar o meu país numa democracia e numa cultura tão vibrante.
A boa notícia, é que daqui a duas semanas vou me casar e minha noiva e de Massachusetts. E quando nos reformarmos em Massachusetts, daqui a cinco anos, a nossa porta estará aberta para todos vocês. Eu nunca serei capaz de retribuir toda a morabeza recebida, mas irei tentar.
Agora, gostaria de pedir ao meu grande amigo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, para se juntar a mim para um brinde, e convidá-lo a proferir algumas palavras.
BRINDE: Viva a amizade entre Cabo Verde e a América – que dure mais 200 anos!